🔔 O que Muda na Comunicação de Inventários em Portugal?🔔
📅 Prazo Crucial: Inventário de 2025 (Comunicação em Janeiro de 2026)
A comunicação de inventários é uma obrigação anual fundamental para a maioria das empresas portuguesas. O prazo limite para a submissão à Autoridade Tributária (AT) do inventário referente às existências à data de 31 de dezembro de 2025 é 31 de janeiro de 2026.
Este prazo é inadiável e o seu incumprimento pode resultar em coimas elevadas.
⚖️ Quem é Obrigado a Comunicar?
A obrigação de comunicação, através de ficheiro (normalmente em formato SAF-T), recai sobre:
Todos os sujeitos passivos de IRC e IRS com contabilidade organizada.
Quem está dispensado?
As entidades que se encontram abrangidas pelo regime simplificado de tributação (IRS ou IRC) estão dispensadas desta comunicação.
Empresas que, apesar de obrigadas, não possuam existências (devem comunicar a ausência através da opção/ficheiro adequado no Portal das Finanças).
💰 A Grande Mudança em 2025: A Valorização do Inventário
Para os períodos de tributação que se iniciam em ou após 1 de janeiro de 2025 (ou seja, o inventário de 31/12/2025), entra em vigor uma alteração significativa que afeta diretamente o ficheiro a submeter: a obrigatoriedade de valorização das existências.
Até agora, muitas empresas comunicavam apenas a quantidade, mas isso muda.
O Novo Requisito
O ficheiro de inventário deverá incluir o valor de custo de aquisição ou produção das existências, apurado segundo um dos métodos de custeio aceites (ex: Custo Médio Ponderado, FIFO, etc.).
🛑 Atenção: Aplica-se à sua empresa?
Embora a obrigatoriedade da valorização seja a regra, o diploma prevê uma dispensa para a valorização apenas para os sujeitos passivos que não estejam legalmente obrigados a possuir inventário permanente, no entanto o inventário continua a ser obrigatório nos mesmos moldes de anos anteriores (para empresas que não estejam obrigadas ao permanente) no entanto contabilisticamente esse valor deve existir para que a SGMConcept possa efetuar com a maior precisão possível a sua contabilização.
Se a sua empresa não estiver dispensada, é crucial garantir que o seu sistema de faturação/contabilidade consegue gerar o ficheiro SAF-T com os dados de valorização corretos.
🛠️ O que Deve a Sua Empresa Fazer Agora?
Validar a Obrigação: Confirme junto da SGM se a sua empresa é obrigada a comunicar e se o requisito de valorização se aplica.
Preparação de Sistemas: Certifique-se de que o seu software de faturação está atualizado e preparado para gerar o ficheiro SAF-T de inventário, incluindo o campo de valorização, se aplicável.
Planeamento da Contagem Física: Agende e execute a contagem física das existências no final de 2025 com a máxima rigorosidade.
Cumprir o Prazo: Prepare a submissão para ocorrer logo no início de janeiro de 2026, evitando a pressão do prazo final.
🚨 Um Inventário Errado Pode Trazer Consequências Graves 🚨
Sim, ao contrário daquilo que algumas pessoas pensam, um inventário errado pode ter consequências graves para uma empresa, que se dividem em três grandes áreas: Fiscal/Legal, Contabilística/Económica e Operacional.
Em Portugal, a Autoridade Tributária (AT) exige que o inventário seja um reflexo fiel das existências da empresa, e um erro pode ser interpretado como uma inexatidão na declaração de bens.
1. 🚨 Consequências Fiscais e Legais (Coimas)
Erros graves na comunicação do inventário podem levar a penalizações por parte da Autoridade Tributária.
Coimas por Incumprimento/Inexatidão: O não envio, envio fora do prazo ou o envio de um inventário com erros pode ser punível. As coimas por falta de comunicação ou por inexatidões/omissões nos documentos fiscalmente relevantes podem atingir valores significativos, sendo contraordenações graves.
Risco de Inspeção Fiscal: Inconsistências entre o inventário comunicado e os valores de compras/vendas (e o Custo das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas - CMVMC) podem levantar red flags na AT, motivando um processo de fiscalização (inspeção).
Incorreta Determinação do Imposto: Se um erro no inventário levar a um cálculo errado do CMVMC e, consequentemente, do Resultado Líquido, pode haver lugar à liquidação de impostos em falta (IRC/IRS) acrescidos de juros compensatórios.
2. 📉 Consequências Contabilísticas e Económicas
O inventário final é um componente crucial para o cálculo do resultado do exercício. Um erro aqui distorce toda a análise financeira da empresa.
Resultado do Exercício Distorcido: A fórmula básica do Custo das Mercadorias Vendidas (CMVMC) é: Inventário Inicial + Compras - Inventário Final.
Se o Inventário Final estiver demasiado alto (sobrevalorizado), o CMVMC será mais baixo, resultando num Lucro mais elevado. Isto leva ao pagamento de mais impostos do que o devido.
Se o Inventário Final estiver demasiado baixo (subvalorizado), o CMVMC será mais alto, resultando num Lucro mais baixo. Isto pode resultar em evasão fiscal e penalizações.
Decisões de Gestão Erradas: Indicadores financeiros como a margem de lucro, a rentabilidade e o rácio de rotação de stock ficam distorcidos, levando a uma má gestão de compras e pricing.
Balanço Incorreto: Os inventários são ativos no Balanço. Um erro afeta diretamente o Ativo Total da empresa, prejudicando a perceção de credores, bancos e potenciais investidores.
3. 📦 Consequências Operacionais
Um inventário errado não é apenas um problema fiscal; é um sintoma de problemas operacionais internos que impactam a eficiência e o serviço ao cliente.
Ruptura de Stock (Stock-Out): A empresa pensa que tem mais stock do que realmente tem e falha em fazer pedidos de compra a tempo, perdendo vendas e prejudicando a satisfação do cliente.
Excesso de Stock (Overstocking): A empresa pensa que tem menos stock do que realmente tem, resultando em compras desnecessárias, aumento dos custos de armazenagem e risco de obsolescência dos produtos.
Falhas de Segurança e Fraude: O inventário correto é uma ferramenta essencial para detetar desvios, roubos ou fraudes internas, ao comparar o stock registado com o stock físico.
O inventário é mais do que uma obrigação fiscal; é um instrumento de gestão essencial. Um erro pode custar caro não só em coimas, mas também em impostos pagos em excesso (ou a menos), e em prejuízos operacionais.
